Micropigmentação Labial por Mônica de Castro

A micropigmentação labial se popularizou entre as profissionais do Brasil nos últimos anos e diversas técnicas nasceram. Revitalização, neutralização, efeito batom e uma infinidade de cores e tintas para serem trabalhadas.

Embora não seja uma novidade para grande parte das artistas, estes procedimentos evoluíram muito nos últimos dois anos.

Neste crescimento, a grande sensação ficou por conta da possibilidade de colorir lábios de tonalidades mais escuras.

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Você já se perguntou quais conceitos estão envolvidos na técnica de micropigmentação labial?  A experiência nos mostrou que para se ter sucesso na implantação de pigmentos em lábios e obter os melhores resultados é importante, além de técnica, ter o conhecimento sobre:

  • Anatomia e fisiologia da pele (biologia);
  • Formulação do pigmento e colorimetria (química);
  • Máquinas e agulhas (física).

Então vamos estudar o primeiro destes conceitos para compreendermos melhor as possibilidades dos nossos resultados. Vamos lá?

Procedimentos de Micropigmentação Labial feitos por Mônica de Castro, autora deste artigo
Procedimentos de Micropigmentação Labial feitos por Mônica de Castro, autora deste artigo

Micropigmentação labial: anatomia e fisiologia dos lábios

Que os lábios são muito importantes para a estética facial você já sabe, certo? Então agora precisamos entender que seu contorno, proporção e cor estão constantemente ligados ao conceito de juventude e beleza.

Comparando a pele dos lábios com as outras regiões do corpo observa-se que ela é três vezes mais fina, composta por apenas epiderme e mesoderme.

Esta é uma região altamente vascularizada em que os vasos sanguíneos periféricos se apresentam muito próximos da camada externa. Isto explica, por exemplo, porque os lábios sangram facilmente durante o procedimento de micropigmentação labial.

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Portanto, o procedimento requer uma suavidade maior de movimentos por parte do profissional, não sendo necessário exercer pressão ou força na implantação do pigmento. Caso a escolha do profissional for a agulha de 1 ponta é vital redobrar o cuidado e atenção para evitar tanto traumas excessivos quanto a formação de hematomas.

Outra característica dos lábios que nos interessa é a alta concentração de terminais nervosos. Isto aliado à pouca densidade da sua pele, tornam os lábios extremamente sensíveis ao contato e temperatura. Portanto a escolha de um anestésico de uso de tópico apropriado é muito importante, existem várias possibilidades de fórmulas no mercado que ajudam a minimizar o desconforto do procedimento.

E quando a cliente tem lábios ressecados?

Observa-se que boa parte das nossas clientes possuem lábios ressecados ou rachados, consequência da inexistência de folículos nessa região que são responsáveis pela formação de sebo ou proteção lipídica, diferente do que acontece nas outras partes do corpo.

Por conta disso, fazemos uma recomendação prévia de cuidados, como a esfoliação, antes do dia do procedimento, e muita hidratação. Esses cuidados são fundamentais, tendo em vista que é impossível pigmentar com sucesso uma pele não íntegra.

Micropigmentação Labial by Mônica de Castro com o pigmento Vermelho Insano da linha Premium da RBKollors
Micropigmentação Labial by Mônica de Castro com o pigmento Vermelho Insano da linha Premium da RBKollors

Micropigmentação labial: entendendo a cor da pele

A cor da pele é dada por uma mistura de quatro biocromos, são eles:

  • Carotenóides (amarelo);
  • Hemoglobina reduzida (azul);
  • Oxi-hemoglobina (vermelho);
  • Melanina (marrom).

Desses quatro, a melanina é o principal determinante da coloração da pele. São as variações genéticas que controlam a quantidade e a distribuição de melanina na pele das pessoas de diferentes etnias.

A causa mais comum do escurecimento labial é a genética, originária de gerações passadas e transmitidas no DNA. A causa citada não apresenta uma condição patológica, logo não necessita de tratamento. Sendo assim, a intervenção é puramente estética. Trata-se de fato muito comum nas pessoas de etnia negra, asiática e seus descendentes.

Diversos estudos foram realizados sobre esses casos e concluiu-se que a diferença de pigmentação dos lábios não acontece devido a uma quantidade maior de melanócitos.

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A diferença estética está na maior produção de melanina e de melanossomas. Além disso, também envolve a relação dos subtipos Feomelanina (exibe coloração que varia entre o vermelho e amarelo) e Eumelanina (exibe coloração que vai do marrom ao negro, alto peso molecular e dispersão da luz ultravioleta).

Entenda mais sobre a micropigmentação labial e suas técnicas

Estudos concluem que a intensidade da cor escura da pele está intimamente ligada à quantidade de grânulos de melanina produzidos nos melanócitos. Essa complexa biossíntese pode ser resumida no diagrama da figura abaixo:

Entender a formulação da pele é importante para a micropigmentação labial

Os melanócitos apresentam prolongamentos para cima e quando os grãos de melanina são formados, eles se movem através desses prolongamentos para que sejam injetados nas células conhecidas como queratinócitos. Estas atuam como depósitos de melanina.

Em indivíduos de pele branca, por exemplo, os melanossomas se desintegram progressivamente no interior dos queratinócitos, durante a migração à superfície. Por outro lado, nos indivíduos de pele escura, os grãos de melanina permanecem presentes até nas camadas mais superficiais da pele, como mostra a imagem abaixo.

O que podemos observar, portanto?

Nesse estudo podemos observar que embora o número de melanócitos pareçam ser o mesmo nas três imagens a quantidade de melanina nas camadas da epiderme é bem maior em pele negra comparada a pele caucasiana (branca) ou a pele asiática (amarela).

Esses estudos nos levam a conclusão de que, tendo em vista que grande parte da melanina produzida (que é um pigmento natural que dá cor a pele) localizasse na camada mais superficial da pele, a micropigmentação não cobrirá esse pigmento natural.

Haverá, portanto, um resultado visualmente melhor se o pigmento for implantado o mais superficial possível não necessitando de força ou profundidade de agulha na hora do procedimento.

O que podemos conseguir com a micropigmentação labial é mesclar os pigmentos, o natural e o artificial implantado através da técnica, gerando uma sensação visual de mais claridade e cor, isso é possível fazendo a escolha correta da cor do pigmento.

Conheça Mônica de Castro, autora deste guest-post

Mônica de Castro é engenheira química, especialista em cosmetologia e atua há mais de dez anos na área da micropigmentação. A artista é referência nacional no assunto e faz parte do time de pesquisa da RBKollors, o Expert Team. Mônica já palestrou em congressos como World Lips International Congress e levou o troféu de ouro na categoria “Palestrante Destaque 2021” na premiação RBKollors in Fest.

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Bibliografia usada por Mônica de Castro para a produção deste artigo:

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